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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Eletronuclear confirma reinício das obras de Angra 3

Conforme o DIÁRIO DO VALE adiantou ainda no mês passado, as obras de construção da usina nuclear Angra 3, antes previstas para dezembro, devem começar mesmo em fevereiro. Para se confirmar a previsão, anunciada pelo assistente da presidência da Eletronuclear, Leonam Guimarães, é preciso apenas uma licença de construção da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnem).

O processo, segundo Guimarães, foi paralisado porque o Ministério Público Federal em Angra dos Reis entrou com uma ação civil pública contra a Cnen pedindo a anulação da licença parcial que já havia sido concedida pelo órgão no ano passado. A justificativa vai de encontro à informação da assessoria de imprensa da estatal, que em dezembro disse que o atraso não se deveu à nenhum motivo externo, mas sim ao cronograma de obras, que não foi executado de acordo com o tempo planejado.
No texto da ação judicial, o procurador da República Fernando Amorim Lavieri questiona a validade da licença parcial emitida, pois, segundo o processo, ainda que seja regulamentada por uma norma da Cnen, a licença viola a lei. O MP também afirma que a licença foi concedida sem a elaboração de um parecer técnico sobre o Relatório Preliminar de Análise de Segurança da usina.
- Temos toda a licença do Ibama e da prefeitura de Angra dos Reis. Temos também uma licença parcial da Cnem para fazer a impermeabilização do terreno e concreto de regularização, essa primeira fase já está quase pronta. O problema é que precisamos de uma autorização, chamada de licença de construção, para dar continuidade a uma segunda etapa e isso ainda não saiu - afirmou o assistente da presidência da Eletronuclear, estatal responsável pela gestão de Angra 3. Ele participou hoje, no Rio de Janeiro, do Seminário Nacional de Energia Nucelar.
Guimarães disse que o atraso no chamado marco zero adia a entrada em operação da usina.
- Contamos 66 meses a partir do marco zero. Se fosse dezembro era até maio de 2015. Agora, sendo em fevereiro, joga [o prazo] para julho [de 2015]. O cronômetro ainda não foi disparado e isso implica atraso - acrescentou, também em contraste com o divulgado em dezembro, quando a empresa disse que o atraso de dois meses não comprometeria o início das operações.
Angra 3 terá 1.124 megawatts (MW) de capacidade e custará ao governo mais de R$ 8 bilhões. Ao todo, a construção deve durar cerca de cinco anos e, no pico das atividades, o número de trabalhadores contratados pode chegar a nove mil.
A expectativa da prefeitura de Angra e da Eletronuclear é que cerca de 80% dos trabalhadores contratados nesta fase de construção sejam da região. As cidades de Angra, Paraty e Rio Claro devem ser as principais beneficiadas.
Cronograma
Após ter tido sua construção paralisada nos anos 80, a usina nuclear Angra 3 ganhou um novo fôlego em 2008, quando o Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, anunciou a retomada de seu desenvolvimento.
Concebida inicialmente ainda na década de 1970, a construção de Angra 3 foi suspensa em 1986 por falta de recursos públicos e dúvidas sobre os riscos. Hoje, porém, a obra faz parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e, depois da assinatura de um aditivo contratual com a construtora Andrade Gutierrez para a readequação do preço global da obra, em setembro, e da ordem de serviço autorizando o reinício, a construção deveria ter tido início no dia 1º de dezembro.

Fonte: Diário do Vale On Line

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